quarta-feira, 5 de agosto de 2009

A 4 de Agosto de 1578...

D. Sebastião conduz o exército português à desgraça em Alcácer Quibir

Há 431 anos dava-se o maior desastre da nossa história militar. Grande parte da nobreza portuguesa e o próprio rei D. Sebastião desaparecem numa batalha que comprometeu a independência do país.Desde que assumiu o trono, em 1568, D. Sebastião começou a preparar-se para uma intervenção no Norte de África, sonhando com um reavivar de antigas glórias e com o controlo do comércio naquela zona. Na segunda metade do século XVI, a pressão crescia sobre as fortalezas portuguesas em Marrocos, ameaçadas pelo sultão Mulei Moluco, que beneficiava do apoio dos Otomanos.Sob este pretexto, um exército de 17 mil homens – com cinco mil mercenários estrangeiros na bagagem – parte de Lisboa a 25 de Junho, rumo ao litoral norte de Marrocos. O primeiro erro crasso, dizem os historiadores, foi o facto de a armada ter deixado as tropas na cidade de Arzila para seguirem a pé para Larache - um percurso que poderia ter sido feito por via marítima, poupando os homens a um cansaço excessivo.De Larache, as tropas seguem em direcção a Alcácer Quibir (Ksar el Kebir), afastando-se da costa e perdendo a protecção do fogo dos navios de guerra. Recusando-se a ouvir os conselhos dos seus generais, D. Sebastião insiste em seguir em frente com o plano desenhado.Quando, a 4 de Agosto, se cruzam com o exército mouro, composto por cerca de 60 mil homens, o fracasso não tardou: pelo menos metade do efectivo português morre na batalha e os restantes ficam prisioneiros. Aos 24 anos, o rei terá tido a má sorte desse primeiro grupo e o reino português fi cou entregue a um monarca estrangeiro durante 62 anos.Mas, naquela altura, vingaram teorias que envolveram a sua figura em mistério, alimentando o mito do sebastianismo – havia quem acreditasse que D. Sebastião não tinha padecido e que surgiria numa manhã de nevoeiro para resgatar o trono.O mito não se confirmou e só em 1640, depois de três reis estrangeiros, Portugal recuperou a independência, com D. João IV.

(Catarina Santos; http://mediaserver.rr.pt)

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