domingo, 11 de novembro de 2012

Ansião e suas vilas




Texto retirado do site:  http://www.carlosleiteribeiro.caestamosnos.org/Distritos_Portugueses/Leiria.html

Ansião – (Concelho do Distrito de Leiria)









Foi-lhe concedido o título de mordomado pelo foral de Coimbra de 1465. Recebeu foral de D. Manuel l, em 1514. D. Afonso Vl elevou-a à categoria de vila, em 1663, e D. Pedro ll (de Portugal) doou-a a D. Luís de Meneses, conde da Ericeira. Vários povos habitaram esta região como os Iberos, Celtiberos e Lusitanos; dos Romanos ficaram moedas, mosaicos, pesos de tear, colunas, mós, etc. Dominada pelos árabes, cujo legado é rico em vocábulos e lendas, a região foi palco de violentas lutas aquando da Reconquista cristã.
Tem pelourinho com uma base suportada por várias bolas de pedra, de arranjo recente, mas cuja origem remonta ao foral concedido Por D. Manuel l. Um pouco abaixo do pelourinho, na ponte à entrada da povoação, uma lápide em latim recorda o senhorio dos condes da Ericeira sobre a vila e assinala a vitória, em 1689, na Batalha do Ameixial.
Origem do nome:
«Xavier Fernandes em Topónimos e Gentílicos (1944)»: “Conta uma lenda que no reinado de D. Dinis, este e a Rainha Santa Isabel muitas vezes passaram no local, nas suas repetidas idas e vindas entre Coimbra e Lisboa, encontrando sempre lá um pobre e solitário cabouqueiro, que vivia numa cabana já muito alquebrado pela idade. A esposa de D. Dinis, afeiçoada ao velho, nunca passava sem lhe deixar o socorro da sua esmola e da sua consolação, donde resultou que as pessoas da sua comitiva começaram a chamar ao local “a terra do ancião”. Porque isto começasse a constar, e porque o local fosse fértil atraindo habitantes, outras choupanas se vieram juntar à do Cabouqueiro e assim teve origem a povoação, que depois passou a chamar-se simplesmente Ancião (Ansião).

Ansiãohttp://enciclopedia.tiosam.com/enciclopedia
Ansião / por Manuel Augusto Dias
Ansião é sede de Concelho, de Arciprestado e de Comarca, pertence ao Distrito de Leiria e à Diocese de Coimbra, e possui uma localização intermédia entre o Litoral e o Interior, enquadrando-se, geograficamente, na zona do Pinhal Interior Norte.
Em termos de acessibilidades, Ansião é servido pelos Itinerários Complementares IC8 e IC3 que ligam, respectivamente, Figueira da Foz a Madrid e Condeixa-a-Nova a Setúbal, tendo nas suas proximidades os Itinerários Complementares IC1 e IC2.
Beneficia, igualmente, do nó de acesso à auto-estrada em Pombal (20 km a Oeste), bem como da principal via ferroviária (linha do Norte) situada nessa cidade (16 km a Oeste).
Ansião situa-se ainda no centro de um conjunto de pontos de muito interesse turístico, distando poucos quilómetros de locais tão interessantes como Fátima, o "Altar do Mundo", Coimbra, uma cidade monumental, Figueira da Foz, uma cidade à beira mar com praias encantadoras e Lisboa, capital do país e uma das mais belas do mundo.
Com uma área de 180 km² e uma população de cerca de 15.000 habitantes, com uma densidade populacional média de 86,11 hab/km². O Povoamento do concelho é fortemente disperso. Com base nos dados do último censo, 46,0 % da população vivia em lugares com menos de 100 habitantes e 76,1 % dos lugares tinham menos de 100 habitantes. Verifica-se uma tendência fixadora de população nas freguesias de Ansião, Avelar e Santiago da Guarda. A Estrutura Etária da população do concelho tem, nas últimas décadas, evoluído no sentido de um acentuado aumento do contingente do grupo etário de 65 e mais anos, de um decréscimo da população jovem e de um ligeiro aumento da população em idade activa. Em 1997 a Taxa de Natalidade do concelho, foi de 8,1%o. A Taxa de Mortalidade situou-se nos 7,9%o. As principais causas de morte no concelho são: acidentes vasculares cerebrais, doenças do coração e tumores malignos.
O Município de Ansião pertence à Associação de Municípios da Alta Estremadura.
O Concelho de Ansião é constituído por 8 freguesias: Ansião, Alvorge, Avelar, Chão de Couce, Lagarteira, Pousaflores, Santiago da Guarda e Torre de Vale de Todos, distando estas entre 8 a 3 km da sede do concelho.
Actualmente existe um movimento associativo bastante dinâmico, com cerca de trinta associações culturais, desportivas e recreativas.
Dados históricos
Ansião é um concelho rural de tradição histórica, sendo as mais remotas notícias relacionadas com esta região respeitantes aos tempos geológicos, e dizem-nos que há 190 milhões de anos todas estas terras estavam submersas.
Veio a pré-história e, quer a presença do Homem primitivo, quer a sua vivência neste concelho são atestados por alguns exemplares de machados de pedra polida, encontrados por estas paragens.
Desenrolou-se a conquista romana nesta região que também participou na Romanização, sendo bastante elucidativos os diferentes achados arqueológicos que nos certificam esta realidade: moedas, mosaicos, telhas, pesos de tear, colunas, mós e provavelmente a via romana, calçadas, etc.
Seguiu-se a dominação árabe que contribuiu para o engrandecimento da nossa cultura. O uso da balança, da nora, o cultivo de algumas plantas e a utilização de palavras iniciadas por al – Albarrol, Alqueidão, Alvorge, etc. – fazem parte da herança recebida. É durante o reinado de D. Afonso Henriques que pela primeira vez aparece escrito o vocábulo Ansião, que registado sob a forma Ansiom, consta no documento datado de 1175, referente à primeira parte da compra da herdade que o Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra levou a efeito no ano acima mencionado.
Querendo estimular o povoamento destas terras, D. Afonso Henriques criou o concelho de Germanelo e deu-lhe foral em 1142, no qual determinava que, além de serem livres de impostos, concedia paz, perdão e isenção de justiça a todos quantos tivessem cometido crimes de homicídio, de furto, ou de qualquer outro tipo de perturbação pública, sob a condição de se de se refugiarem nas terras do Germanelo, de as cultivarem e de as defenderem dos ataques dos inimigos.
Em 1514, D. Manuel I concedeu foral novo aos concelhos de Ansião, de Avelar, de Chão de Couce e de Pousaflores, conservando ainda hoje, estas três últimas terras os seus primitivos pelourinhos, símbolos do poder jurisdicional de cada concelho.
D. Afonso VI elevou Ansião à categoria de vila, por Alvará datado de 20 de Junho de 1678, doou-a a D. Luís Meneses, 3.º Conde de Ericeira e o acontecimento foi perpetuado por um foral novíssimo que lhe concedeu D. Pedro II, e o senado do município mandou erigir um Padrão e o esbelto Pelourinho para assinalar o facto.
Com a reforma dos municípios, levada a efeito por D. Maria II, os concelhos de Avelar, Chão de Couce e de Pousaflores foram dissolvidos e, passando à simples categoria de freguesias, foram anexadas por D. Carlos I ao de Ansião que, devido a este aumento territorial, tomou as proporções que ainda hoje conserva.
Dados geo-económicos
O Concelho de Ansião é caracterizado por fracos relevos e solos pobres, e natureza predominantemente calcárea, grandemente deficitária em água. Possui um clima temperado marítimo de transição, com grande incidência de geadas nos meses de Inverno.
A Agricultura e as Indústrias transformadoras são as actividades que ocupam a maioria da população activa (35,5 % e 20,9 % , respectivamente). A Actividade Pecuária, como complemento da agrícola, tem vindo a aumentar nos últimos anos. As Indústrias, beneficiando fundamentalmente da implantação do I C 8 e I C 3, distribuem-se por três Zonas, localizadas nas Freguesias de Ansião (ZI Cooperativa), Chão de Couce (ZI Camporês) e Avelar (ZI Silveirinha), sendo um Concelho em franco progresso, onde o sector secundário assume bastante importância.

Imagens de Chão de Couce



forno medieval de Avelar

letra e música de S. Martinho